Sou ?
Não é só tristeza, eu sou muito amor, eu sou luz. É uma gargalhada que deve vir absorvida da energia do universo, é como se eu fosse o sol, brilhante, forte, quente e grande, é como se eu fosse maior que tudo, que se alguém me rasgasse transbordaria o amor em sua forma pura.
Eu sou o pior, eu sou uma sombra, eu estou no obscuro, a maldade em sua forma livre, que não odeia mas adora ver o mal de graça, que mataria sem hesitar e nem sentir culpa e que apreciaria cada momento do seu sofrimento. Lentamente sua morte vira uma piada com o melhor final.
Eu sou um punhado de medo e inseguranças, até pedir socorro me assusta, o coração quase para, o ar não vem, a tremedeira é tão forte que perco o controle do meu corpo, eu perco minha mente, nasce um bloqueio entre tudo e eu, só queria que parasse que sumisse e por um instante eu sou corajosa, engulo o choro e praticante aparece uma prancheta com um texto pronto em defesa/ataque, por instinto, pra não me ver morrer assim e não sou mais ninguém.
Sou um punhado de ego ferido, de uma covarde, amedrontada e sem nem pensar sou um soldadinho burro.
Eu deveria ir no médico, pedir socorro, ajuda, de uma dor que não passa, que tem algo quebrado em mim, aí então eu seria a louca, a exagerada, dramática, ouviria um vai passar, ninguém chora pra sempre, paciência, vê o lado bom de tudo.... E enfim, eu não seria nada.
Texto escrito por Francine Sales
18 de julho de 2018