Ela tinha medo de escrever,



Medos, no plural. Sabia que as pessoas formariam opiniões que não a agradariam, para ser sincera, ela era sim um pouco diferente de todo mundo, assim como ninguém é igual a ninguém. Ela enxergava as coisas com um conceito tão diferente de todos e seus pais até pensaram na possibilidade de levá-la a um psicólogo, como contar para outras pessoas às ideias que nem você mesmo consegue organizar? Um psicólogo em suma, não ajudaria. Até que em um começo de tarde ela tomou coragem, então pegou o lápis, azul, a cor que ela mais gostava, em seguida, um papel do seu caderno de matemática, que não servia para mais nada a não ser tentar escrever. Por horas ela ficou ali, sentada na pequena mesinha, tentando passar para o papel tudo que ela sentia, no fim da tarde, lá estava ela, sentada na mesinha, ainda com o papel em branco. Perguntava a si mesma com certa agressividade o porquê da falta de palavras. A pobre menina devia ter notado que o que há dentro dela vai bem mais além do que palavras, bem mais além de uma folha branca, os sentimentos dentro dela, os sentimentos dentro de cada um de nós, não se explicam, mesmo que essa seja à vontade.

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